Relatório de Alocação Março 2025

Rbtrends. Março 2025

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Os Estados Unidos seguem como principal destaque econômico. Projetar investimentos passa muito por entender o que ocorrerá por lá. No entanto, alguns desdobramentos políticos começam a impactar o mercado financeiro, como as eleições na Alemanha e no Canadá, por exemplo, além da eleição da Câmara e do Senado no Brasil.

Canadá, México e China parecem ser os países mais visados por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. A promessa de tarifas protecionistas vem e volta, mas já impacta a rotina de empresários de seu próprio país. São fabricantes avaliando alternativas de fornecedores, reavaliando seus orçamentos e quadro de funcionários.

No último relatório de empregos, o payroll, o saldo de funcionários públicos ficou negativo em 10 mil vagas, apontando os primeiros reflexos do DOGE, departamento comandado por Elon Musk. Governadores republicanos começam a seguir os passos federais, replicando políticas de enxugamento da máquina pública.

Em paralelo, Friedrich Merz, líder da União Democrata Cristã (CDU), assumiu recentemente o cargo de chanceler da Alemanha. Seu governo anunciou um plano ambicioso de expansão fiscal, prevendo investimentos de €500 bilhões em defesa e infraestrutura nos próximos dez anos. Essa iniciativa rompe com a tradicional austeridade fiscal alemã, permitindo um maior déficit público para impulsionar o crescimento econômico e modernizar o país

Mark Carney, ex-presidente dos bancos centrais do Canadá e da Inglaterra, foi eleito líder do Partido Liberal e assumirá como primeiro-ministro do Canadá, sucedendo Justin Trudeau. Em seu discurso de vitória, Carney enfatizou a necessidade de fortalecer a economia canadense diante das tensões comerciais com os Estados Unidos, prometendo manter tarifas retaliatórias até que haja respeito mútuo. Ele também propôs aumentar os gastos em defesa para 2% do PIB até 2030, alinhando-se às metas da OTAN, e sugeriu revisar as regras fiscais para incluir os ativos nacionais, visando ampliar investimentos em infraestrutura e outros setores estratégicos

No Brasil, a política deve transmitir sinais de maior aceleração após o Carnaval. Os novos presidentes do Senado e da Câmara começam a deixar as diferenças de sua gestão mais claras. Discussões sobre o Orçamento, aumento do número de deputados e a Reforma Tributária sobre a Renda devem ocupar mais o noticiário.

Investidores também demonstram maior preocupação com a queda de popularidade do presidente Lula. O receio é de um afrouxo nas contas públicas deficitárias, o que intensificaria a trajetória explosiva, afastando investidores estrangeiros e domésticos. No momento, o foco parece estar na redução de preços de alimentos, com a redução de impostos de importação e reforço nos recursos para a Conab estabilizar a oferta.

Para o investidor, ainda é um ano de 2025 bem confortável, com a Renda Fixa entregando um rendimento elevado. A mudança das últimas semanas é o debate sobre o Copom, com mais instituições cogitando uma Selic terminal menor. Jogam a favor dessa tese a atividade econômica dando sinais mais fracos, a pressão política, a valorização cambial e o aumento da chance de corte de juros nos Estados Unidos. Por outro lado, pesam contra essa tese a inflação em trajetória acima do limite da meta para 2025 e 2026, as políticas do governo que vão contra a estabilidade das contas públicas e a guerra comercial.

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